terça-feira, maio 17, 2011

De fora.




fora

(foto de BlueShell)

Cheguei e fechei a porta atrás de mim como se de lá de fora nada, nem ninguém, me pudesse magoar. E desejei ficar, simplesmente ficar ali do lado de dentro da porta, agora fechada à chave. Era o meu refúgio, o meu poder escapar às investidas da Vida…e dos Homens.


Açoitada pela crueldade, pela ganância e inveja de alguns…deixara de crer em todos.

Lá fora tudo me é hostil.
Lá fora eu não compreendo, não sei mais do que aquilo que vejo ou ouço: sorrisos e palavras fáceis. São mantos que escondem arrogância, malícia e mentira. A essência não é mais que podridão. Todos se enganam e enganam-se uns aos outros: pactuam com a mentira, com a hipocrisia: e quando o incauto menos espera é quando sobre ele caem os que há pouco lhe faziam juras de amizade eterna.
Não…não compreendo…e fecho a porta atrás de mim.

De fora vêm apenas os ruídos longínquos de um ou outro carro que passa. Mas eu estou segura, agora. Porque me fecho dentro de mim. E a porta está fechada e eu estou do lado de dentro da porta.

sábado, maio 07, 2011

LIMITES

aban


(foto de BlueShell)

E sinto esta vontade de transpor limites…
…desvendar o abandono,
Vê-lo por dentro.
[Fantasmas “voando em formação”…]
E a bruma e a cerração turvam o quadro,
Pintado a aguarela,…essa visão do passado…
E não me revejo nela…
E o ranger das tábuas do sobrado
Conta-me histórias de vidas preenchidas,
Vidas plenas da lida que se leva e leva os dias…
[Fantasmas “voando em formação”…]

Mas nos vidros das janelas
Já não vejo olhares ávidos de ser….
É nelas que o reflexo do presente
Me fere e amordaça…refém dum Tempo
Que já foi…levando a vida de graça.