terça-feira, setembro 27, 2011

Ainda me queres?





uv

(Foto de BlueShell)


Doces são esses beijos que te peço. E tropeço na Ideia do não ter …
Ainda me queres?

Vem vindimar meu corpo que é teu… É minha essência que te chama,
Ainda me queres?

Vem, traz teu néctar e, juntos, daremos calor aos lençóis da nossa cama.
Ainda me queres?

!Esclarecimento: não estou a  conseguir comentar em alguns blogs: comento mas depois o comentário não fica registado...não dá entrada! Peço desculpa, embora seja um problema que me transcende. Grata pela compreensão!
BlueShell


sexta-feira, setembro 23, 2011

Sinto demais…

teia

(Foto de BlueShell)


O Tempo faz e desfaz…
O Tempo leva e não traz!

E eu sinto que sinto demais…
Emaranhado de sentires pintados
em telas comidas pelos dias que ruíram
sob o peso do ser…
Sou teia frágil que prende a saudade
Com a força do muito querer!

segunda-feira, setembro 19, 2011

Que Susto!

ga

(Foto de BlueShell)

-Ai...!lindo bichano,que susto!!!


Esses olhos penetrantes,
lindos, cheios de vida...
dão encanto a um novo dia...
mas fazem-me sentir...despida!!!
...

quinta-feira, setembro 15, 2011

AFINAL...






can

(Foto de BlueShell)

A noite me abriga, me seduz…
Candeias envoltas na sombra.
Do mar, a espuma dos dias,
Flui e me foge…sem nada, sem luz.
E há vozes que chamam meu nome
Vozes que não reconheço…
Afinal…à noite nada digo, nada peço…
[Só queria ser criança outra vez…]

sábado, setembro 10, 2011

Silêncio-dor.




cad

(Foto de BlueShell)


Escondes a aloquete a dor que não dizes,
nem queres mostrar…
Porém eu vou além do teu silêncio …
vou e sei e sinto!


Mas a tua solidão, o teu sofrer
não consigo mitigar…e dói.
Porque estamos sós, ambos, no nosso silêncio-dor.


Escondo no sorriso amargurado
a melodia com que te quero embalar!
Partitura sem clave: é este o presente
que me invade, é este o meu fado, amor.

quarta-feira, setembro 07, 2011

Bichano madrugador...

bi

(foto de BlueShell)

Ai bicho, bichinho que foi que te deu?
Aninhas-te agora no vaso que é meu?
Bichano malandro, não tens onde ir?
Cuidado Bichinho, que ‘inda vais cair…


bi2

(foto de BlueShell)
Bichano lindinho, faz-me um favor:
Vai ver se está quente o teu cobertor…
E olha, se estiver, lindo bichanito
Dorme lá um sono…deixa o meu vasito.

domingo, setembro 04, 2011

Qualquer semelhença com um enredo de ficção...é pura coincidência!







abor

(foto de BlueShell)

A calma da tarde parecia queimar nossos corpos. Uma tarde de agosto, daquelas tardes de sol de figos e uvas e amoras e searas..
Dentro de casa o velho cão estava sorumbático…






abor2

(foto de BlueShell)

...depois ficou impaciente. Um cão sem vida “social” é um cão só…não obstante os mimos dos donos.

Fiz-me ao fogão e, num instante, arranjei uma merenda: batatas albardadas, rojões, carne assada no forno e, depois, fatiada; houve ainda tempo para fazer um bolo e uma pizza (receita minha). Havia melão, uvas e maçãs. Água e um sumo natural. Ah e pão! Enfiei tudo na cesta e numa outra, uma manta onde pudéssemos sentar-nos.
A tarde começava a refrescar quando nos metemos no carro que ainda abafava. Os meus cabelos compridos e louros caiam pelo colo mas tive de os prender com um gancho para não me fazerem transpirar ainda mais.
Sem uma rota, sem um destino…deixámo-nos levar pela estrada, quase sem movimento.
Viu-se então um largo e, no centro…uma pequena capela rodeada de imensas árvores. A sombra acolheu-nos com uma brisa leve e pura plena de cheiro a pinhais e a esperança.





tem

(foto de BlueShell)

Olhei disfarçadamente meu marido e vi que estava feliz. Então fiquei feliz. Naquela tarde de agosto o calor já não fazia doer. E quando estendi a toalha e nela coloquei toda a merenda eu era a mulher mais feliz do mundo.
A pequena capela …as árvores, o odor quente a campo…tudo estava em harmonia.
Levantei os olhos e o céu azul lá estava como que a querer abraçar-nos, unir-nos ainda mais. Uma união que não se consegue com os simples votos feitos frente a um Padre mas sim uma união plena, inteira…sem palavras pronunciadas…apenas com um estar, um olhar, um entender em silêncio cúmplice cortado, apenas, pelos movimentos dos pássaros agitados ainda do calor do dia.

Sentámo-nos para saborear a merenda …mas nesse momento eu soube…que connosco se havia sentado também o Medo. Um medo real…a iminência de um telefonema do IPO, médicos e seus diagnósticos, os elevadores com cheiro a medicamentos, os corredores vazios de sentido mas cheios de gente de expressão apagada. E senti uma dor terrível que me prendeu ao chão e me fez deixar escapar uma lágrima.
- “Não; este fim-de-tarde é nosso, apenas nosso!” – pensei, num misto de dor e raiva!
Olhei o meu marido mas não lhe vi o olhar: tinha os olhos cravados no chão. Adivinhei os seus pensamentos tal como ele adivinhara já os meus. Até o velho cão parecia cansado….mais velho ainda.
Senti que as mãos me tremiam e olhei, de novo o céu, numa prece muda…uma prece na qual entreguei todo o meu ser, toda a minha Fé…como se toda a minha energia convergisse para ela deixando-me prestes a desfalecer. E cerrei os olhos com muita força para que,…quando os abrisse, o Medo já tivesse ido embora de vez.






pin

(foto de BlueShell)

Não sei ao certo quanto tempo assim permaneci. Senti que o sol me tentava tirar do torpor em que havia imergido. Abri os olhos e parecia que o sol queria envolver-me, rompendo através do cedro que estava à minha frente. Até uma leve brisa, mais fresca, desalinhou meus cabelos compridos e louros…
Já não tinha medo.



den

(foto de BlueShell)

E naquela tarde de calma do mês de agosto, entre o muito amar e o muito temer…percebi que Alguém maior que o Medo estava ali comigo. Sempre estivera, afinal…