quarta-feira, dezembro 29, 2004

E porque mudei de música...

...trouxe comigo também a letra...


lirio


(foto de João Roxo)


...e o desejo de que NUNCA NINGUÉM se sinta SÓ!

UM FELIZ E ABENÇOADO 2005, para todos vós, aqui da BLUESHELL.


muitas


When I was young
I never needed anyone
And making love was just for fun
Those days are gone
Livin' alone
I think of all the friends I've known
When I dial the telephone
Nobody's home

All by myself
Don't wanna be
All by myself
Anymore


Hard to be sure
Sometimes I feel so insecure
And loves so distant and obscure
Remains the cure


All by myself
Don't wanna be
All by myself
Anymore
All by myself
Don't wanna live
All by myself
Anymore


When I was young
I never needed anyone
Making love was just for fun
Those days are gone


All by myself
Don't wanna be
All by myself
Anymore
All by myself
Don't wanna live
Oh
Don't wanna live
By myself, by myself
Anymore
By myself
Anymore
Oh
All by myself
Don't wanna live
I never, never, never
Needed anyone

segunda-feira, dezembro 27, 2004

LOUCURA!


naluz


E nessa espera, seu corpo treme...
Seu olhar é de ternura,
seu desejo é loucura!

Na procura de si, em outro
se encontrará?...- Oh... ilusão!

Nas palavras ditas adivinha
um universo...e caminha sem ver,
sem olhar senão as notas da canção
- improviso em lá menor...

E sente, nos seus,
esses lábios quentes
que não provará jamais!

sábado, dezembro 25, 2004

Voz das Beiras - on line (excerto do Editorial)

...
" (...)O Natal é sobretudo a festa da família, pese embora a degradação da mesma, por força da tal Sociedade doente, quase moribunda.
Cristo a ter existido nasceu num dia qualquer. E se de alguma forma o comemoramos, faça-se então Natal todos os dias.
O olhar distante tem forçosamente de se transformar num olhar atento, fraterno, amigo, um olhar sem medo, um olhar nos olhos do outro, do nosso semelhante. Não lhes demos indignidades sob a forma de esmolas; demos-lhes alternativas, dignidade e o ombro amigo que fará a diferença entre a ignorância pura e a existência decente.(...)"
http://www.vozdasbeiras.com/index.asp?idEdicao=83
Por A. Pinto Correia


soeu

(foto de José Manuel Gonçalves)


Um texto, bem conseguido e expressivo, ao qual eu não me atrevo a acrescentar nada e cuja leitura, na íntegra, se aconselha.

sexta-feira, dezembro 24, 2004

SE...


tualuz

(foto de Alvimar Rodrigues)

...não se ouvisse chorar
por esses casebres fora...
Se não se soubesse que há
dor
na espera e na demora
de alguém que não virá
para confortar quem chora...

Se eu pudesse assegurar
sem presunção nem vaidade
que Cristo, o Redentor,
a todos há-de trazer
mais que a felicidade...
a Vida...

E se tu pudesses crer
(oh, qual verdade perdida!...)
que já não se ouve chorar
por esses caminhos fora...
eu diria, de contente, que o
Natal era...
AGORA!


quarta-feira, dezembro 22, 2004

... e o frio...


nevao

(foto de Filipe Cayola)

...tomou conta de mim!
Toda eu me sinto assim, nua
porque tardas em me fazer
tua; e o teu calor sabe a ausência e a dor...

neva

(foto de Teresa Rosa)

E percorro, sem olhar, esse lugar...
e tenho medo de
reparar e ver...que não te sei
por te não reconhecer...
Só porque ousei
desnudar-me, assim, para ti, amor!

LONGE DE MIM...PERTO DA DOR!

Ouves as minhas lágrimas? Vês as minhas chagas abertas lá no fundo do meu peito?
Foram palavras e arrogância que me feriram, que fizeram murchar a flor do meu sorriso.

noescuro

(foto de Mário Pereira)

Foram palavras ditas com desprezo, palavras da cor do mar quando, nas ondas, engole o náufrago! E me senti assim, longe de quem sou, longe de mim...
Ouves as minhas lágrimas?

segunda-feira, dezembro 20, 2004

Que tolas...as palavras!!!


move

(foto de João Vasco)

Ainda a inspiração vem longe e já os dedos fazem cócegas no teclado... e o branco no monitor convida a que as letras por lá se espalhem, como pessoas vistas ao longe, no pico do Verão, à beira mar estiradas, em suas toalhas estampadas....
Mas as palavras, essas, atropelam-se umas às outras: cada uma quer chegar primeiro; tão tolas...não sabem que, para que se faça sentido têm de estar por ordem...não podem arremessar-se para o espaço da escrita à toa, têm de esperar cada qual a sua vez...Mas teimam. O verbo, então, todo emproado e com a mania de que nada se faz sem ele ( o que é verdade) vem a passos largos, seguido do nome, ou substantivo... (como se dizia no meu tempo).Ah, mas os adjectivos reclamam que sem eles nada tem cor ou forma e avançam destemidos atropelando as coitadas das preposições e conjunções! Felizmente...existe o advérbio que, tranquilamente põe ordem na confusão. Pronto... mas agora as interjeições desataram num pranto que é um misto de fúria e de dor. Ouço-as claramente: “OH; AI!;”...
E as pontas dos dedos impacientam o teclado...ele espera, enquanto pela minha cabeça, entre o choro das interjeições e o suave toque de uma música, passam imagens de cor e sol e dança...
E sem que eu desse por mim...invadem – me o espaço em branco as figuras de estilo: são metáforas, comparações, hipálages, antíteses, sinestesias, pleonasmos, quiasmos...um sem fim de artifícios poéticos ....
“Não, assim, não! Hoje não escrevo: perdoai mas enquanto não houver ordem e respeito no mundo das letras...recuso-me a escrever.”
E foi assim que hoje deixei o teclado e virei costas ao monitor.
Usando a Função apelativa da linguagem disse “basta”!
E não escrevi.
Entretanto a inspiração...que vinha longe...assustou-se e não veio, de todo!

sábado, dezembro 18, 2004

E o teu, qual é???

Todos temos um “dom”.
Por vezes, não sabemos que o temos.
E nem sempre é fácil “descobrir” que dom é esse.

paramim

(foto de A. Pereira)

O de falar bem? De comunicar? O de cantar? O de ter talento para pintar, para representar? O de “termos mão para a cozinha”? Ou talvez o de argumentar?...o de dar com abnegação? O dom de ser generoso para quem nos ofende? O de nos “fazermos entender” pelos animais? O dom de sermos pacientes? Sim, porque a paciência, além de virtude é, também, um dom.

Todos temos um dom, ouço dizer há anos!

parati

(foto de X. Maya)

E ainda me pergunto: qual será o meu dom?
A resposta não chega...tarda!
E o Tempo não se compadece e passa a uma velocidade que, sendo sempre a mesma, ainda assim, atordoa...e magoa.
Qual será o meu dom?

tulipa

(foto de Antínio Silva)


E o teu?
Sabes qual é o TEU DOM?

quinta-feira, dezembro 16, 2004

RAIVA!!!

Hoje não há imagem, não há senão texto, despido
de artifícios poéticos, figuras de retórica
ou outras parvoíces inventadas
pelos tolos poetas.

Hoje há palavras apenas,
De raiva;
Raiva e dor…ambas contidas,
Presas, reprimidas!
Sequer há lágrimas…coisa de fracos!
Sequer há mais que o sentir
O vazio de um quarto escuro:
O meu MUNDO,… Hoje!

terça-feira, dezembro 14, 2004

DESEJO


zen

(foto de A Brito)


Desejo de ti, de teu sabor,
Desejo aberto em flor
Desejo infinito de te amar,
Desejo de saber de cor
O sabor de teu suor…

É este o meu Tempo presente:
desejar-te mais e sempre;
beijar-te, partir por teu corpo
à descoberta de mim,
ser um princípio sem ter fim…

Desejo, sim, puro querer
Ausente a razão ou o dever…
Simplesmente obedecer à vontade de te ter…

segunda-feira, dezembro 13, 2004

Esta é grande...vai demorar a ler...hehehe


teia

(foto de Pedro Aguilar)


Saí cedo. A casa pesava-me e a rua parecia oferecer paz, pelo menos, àquela hora.
Ruas quase desertas, candeeiros ainda acesos faziam concorrência às montras das lojas enfeitadas com luzinhas natalícias. De vez em quando, das árvores que ladeavam o passeio, caía uma ou outra gota de chuva; eram gotas já cansadas na tentativa de se manterem penduradas num galho. O ar era frio, cortante. Mas despertava-me os sentidos que, entorpecidos, se viam agora confrontados com sensações sôfregas de serem sentidas...era o cheiro da erva molhada, o doce aroma de pão acabadinho de sair do forno de uma pastelaria ali perto...E o céu, esse, espreitava-me lá do alto, por entre os telhados dos prédios da cidade adormecida! Parecia-me ter a cidade só para mim! E súbito, larguei a correr pelo passeio, depois pela relva do jardim, como criança solta em rebelde liberdade, sem medos, sem “vergonhas”, sem me importar com o facto de “parecer mal”...corri, feliz! Quando parei toda eu me ria. Arfando, ergui os braços como maratonista que corta a meta e tem certa a vitória. Nuvens de vapor se formavam enquanto eu respirava, e eu já não sentia frio. E ri mais ainda quando reparei que, comigo, tinham corrido, quatro cães vadios...quase meus rivais a cortar a meta. – “ Ai é? Quereis mais? Quereis brincadeira...seus malcomportados. Então vamos a mais uma corridinha, só p’ra tirar teimas!” – E os meus olhos viam já o jardim municipal, tão arranjadinho, tão bem tratado, e cheio de sebes, perfeitos obstáculos de uma pista imaginária , prontos a serem vencidos de um salto só. (Embora saltar me incomodasse um pouco pois fazia-me doer os seios,...sempre assim fora...). Assobiei chamando os cachorros mas...sem saber como, uma enorme mão, vinda de uma manga azul, estacionara no meu antebraço esquerdo. Segui a manga com o olhar e...lá no cimo do pescoço estava uma cara, muito séria, com um boné, ou isso, na cabeça!
- “A senhora sabe que é proibido pisar a relva dos jardins?”
- Bom dia, Sr. Polícia...Guarda?...Agente...Hummm, peço desculpa...foram os cães” – menti. – “andava a espantar os cães que estavam por aqui a rebolar-se e a estragar o relvado e a urinar nos troncos dos arbustos, percebe?”
Olhámo-nos como quem se quer digladiar. Iria ele acreditar? “É Guarda...mas não é necessariamente burro”, pensei. E no entretanto eu admirava a farda, tão azul com botões tão bem polidos...
Os candeeiros já se haviam apagado. Os cães já ladravam longe, aqueles estupores...que nem para sustentar uma mentira serviam, os traidores! Talvez desiludidos comigo que não cumprira o desafio que lhes propusera...já quase não se viam.
- “ Já viu que está encharcada? É melhor ir para casa, mudar de roupa ou vai apanhar uma valente gripe!” (pensei que ele dissera ou vai apanhar 2 dias de cadeia)! Tenha um bom dia, minha senhora.”
Virou costas, rápido e firme, e deixou-me ali, no meio do jardim, estarrecida! Claro que ele não acreditara! Vira-lho nos olhos. Mas também não se irritara, não me estragara o dia ; pelo contrário: pactuara com a mentira e com a minha infantil atitude. E sorrira...ao olhar para trás, já a alguns metros do local...do crime, sorrira para mim de uma forma sensualmente cúmplice. Não sabia o nome dele pois não havia lido com atenção a placa no peito dele.
E ali estava eu...num dia de frio, cheia de calor...e apaixonada, sim deveras apaixonada por um agente da Guarda Nacional Republicana...

sábado, dezembro 11, 2004

ELA RALHA!!!

Não te vejo, sinto-te!
Não te vejo, sonho-te!
Quero-te; não te tenho!
Desejo-te: tremo de mim...


insonia

(foto de Alberto Calheiros)

Porque te sinto, te sonho te quero e te desejo...
a Razão me ralha e não consente
que o meu sentir-me em ti
seja um sentir puro e são!
Ela ralha e a tudo...me diz NÃO!

sexta-feira, dezembro 10, 2004

SÃO MINHAS!

As minhas árvores são minhas porque as conheço há anos.
Era eu criança e elas estavam lá, e olhavam já, de cima para baixo, as minhas traquinices de menina rebelde.

minhas

(foto de Pedro Gilberto)

Mas...não são minhas só por isso: são minhas porque elas me entendem; com ou sem folhas elas falam comigo, e me confortam e me deixam tocar-lhes e as vejo sorrir-me, assim, candidamente, quase maternalmente...
São as minhas árvores...

arvore


(foto de Luís Ribeiro)

Importa querer e... crer

DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM
ADOPTADA E PROCLAMADA PELA ASSEMBLEIA GERAL
NA SUA RESOLUÇÃO 217A (III) DE 10 DE DEZEMBRO DE 1948

http://pwp.netcabo.pt/mrm/direitos_homem.htm


homem




Artigo 1.º
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos. Dotados de razão e de consciência, devem agir uns para com os outros em espírito de fraternidade.

...e mais não digo!

quinta-feira, dezembro 09, 2004

Vês?...e não acreditavas!


paraiso


Sopro suave, som sensual, esse, que sussurras ao meu ouvido quando me fazes mulher. Quando cada qual é quase um Todo e Tudo se rende ao rasgo de Felicidade roubada aos Anjos...

O sol nas noites e o luar nos dias


pin


De amor nada mais resta que um Outubro
e quanto mais amada mais desisto:
quanto mais tu me despes mais me cubro
e quanto mais me escondo mais me avisto.

E sei que mais te enleio e te deslumbro
porque se mais me ofusco mais existo.
Por dentro me ilumino, sol oculto,
por fora te ajoelho, corpo místico.

Não me acordes. Estou morta na quermesse
dos teus beijos. Etérea, a minha espécie
nem teus zelos amantes a demovem.

Mas quanto mais em nuvem me desfaço
mais de terra e de fogo é o abraço
com que na carne queres reter-me jovem.



Natália Correia
Poesia Completa
Publicações Dom Quixote
1999

quarta-feira, dezembro 08, 2004

Do outro lado


tempes


As manhãs frias deixam lágrimas a escorrer pelas vidraças.
Do lado de fora...o frio! As pessoas que apressadas correm...atordoadas!
Vêem-se as árvores despidas, sacudidas pelo vento implacável!
Fustigado pelo mesmo vento...é o meu pensamento!
E, que coisa espantosa esta,...eu que cá do lado de dentro não tinha frio, senti um arrepio...gélido, cortante, penetrante...
O dia convida à agitação: o trabalho espera mas impacienta-se, coitado!
São horas. A pontualidade é uma virtude...mas começar sem café...ai, isso não!
Pronto, agora sim...ao ataque: papéis para arquivar; papéis para afixar; papéis, para dar baixa no computador; papéis para seguirem no correio; papéis que deviam ter sido feitos ontem...e o dia começa a correr mal...Súbito, o mesmo arrepio...apesar do "ar condicionado"...
O olhar o relógio não ajuda! Enerva! Estou com vontade de praguejar! Não posso, parece mal, não fica bem...que diabo! E os papéis continuam a chegar, agora sob a forma de gigantescos castelos de "Dossiers"... - "Isso é que era bom" - penso de mim para mim...lá para daqui a uma semana tenho isto pronto! NÃO! tem de ser HOJE!

E é nesta fase que eu começo a fazer poemas: uns tristes, outros sensuais...outros são desabafos de quem já perdeu TEMPO demais.
E como sei que não recuperarei esse Tempo jamais...só me resta fazer poemas...uns após outros, cada vez mais...

"Oco no caminho"...


luzita1

(foto de Cleber Sousa)


Nas mãos sinto a luz

Nas mãos sinto a luz, a êxul luz
que vem das paliçadas da mansão,
a luz azul em clarificada zona então
aproxima de mim o seu facho de horizonte.

E logo eu a lembrar o querido monte
em que pousada estava sobracente a ramaria,
e logo eu então a pedir à maresia
que nos brilhos unos do futuro aproximasse

esse rumor de aves onde os raios enfeitasse
e eu oco no caminho que me guia
contivesse as minhas mágoas do passado,

e surgisse ali a minha alma em fogo-fátuo
estivesse eu em toda a dimensão do brusco
a nascer das folhas com a boca em luz arado.


Alexandre Vargas
CYBORG
Livros Horizonte
1978

Apenas para partilhar convosco...

segunda-feira, dezembro 06, 2004

ME QUESTIONO


negro

(foto de Ricardo Freire)


Em que momento, me pergunto,
em que momento de minha vida
deixei de poder SENTIR?
Um momento houve, certamente,
em que tudo passou a nada me dizer!
Nada significam as coisas para a gente.
Simplesmente não se sente:
nem raiva, nem piedade, nem dor, nem alegria, nem amor...
Quando terá sido esse dia?
Em que momento desta existência fugidia
perdi a essência do SER?!!!

sábado, dezembro 04, 2004

Nada Mais...


nua

(foto de Carlos Freitas)


Algo dentro de mim se quebou...sei que partias
E deixavas para trás o odor do amor,
as palavras ditas num sussurro,
As carícias leves e profundas, poemas de sentir
cor verde-rosa-em-flol-primaveril!
Deixavas, para nunca mais, as brincadeiras
tolas de verão, nesse mar imenso cor-de-chapéu-de-sol-a-abrir...
E deixavas-me a mim
Que tão bem te quisera
Tantos anos!
Tanto nos unira...
Nada mais nos resta!

A vida não presta!

quinta-feira, dezembro 02, 2004

O POETA

"O poeta beija tudo, graças a Deus... E aprende com as coisas a sua lição de sinceridade...e diz assim:
- "É preciso saber olhar"...
E pode ser, em qualquer idade, ingénuo como as crianças, entusiasta como os adolescentes e profundo como os homens feitos...(...)
E escreveu uns versos que começam desta maneira:
" O segredo é amar"..."

Sebastião da Gama, Diário, Ática Ed.


tulip1



E eu quero ser isso tudo: ingénua, entusiasta e profunda! E quero aprender com as coisas...e quero AMAR!