Sei pouco mas sinto demais!
Gosto do cheiro da terra molhada e do toque sereno do vento roçando-se nos pinhais, sem Tempo nem Idade.
Tenho na alma a robustez das serranias e no olhar ...lágrimas de saudade!
terça-feira, abril 26, 2005
EM UM OUTRO TEMPO...
(foto de BlueShell)
Em um outro tempo... Pessoas ali construíram vidas... Riram, choraram... Fizeram filhos...labutaram de sol a sol...
Hoje...o abandono e a morte O silêncio pesado e triste Lambe as ruínas Da realidade
26 comentários:
Anónimo
disse...
Ola querida amiga (lol) eu estou muito bem disposta:) sabes que recebi um mail de uma "amiga" do nosso amigo em comum:P
olá, gostei do blog! Neste post apreciei a sensibilidade à vivência das pessoas em contraste com a sua ausência, a tristeza do desolamento, a solidão do silêncio.
Ás vezes quando dou passeios pelas Serras, muitos pela do Açor, que é a minha eleita, embora seja do litoral, fico sempre com essa nostalgia, quando vejo aquelas casinhas espalhadas pelas encostas tomadas pelas silvas, as de xisto, agradável sensação de calor e segurança, onde se criaram gerações de famílias, penso que noutra encarnação aqui vivi, numa delas e sinto saudades, saudades dos tempos em que amanhávamos a terra, e dela tirava-mos o sustento para a família e para os animais. Vejo a encosta a fervilhar de actividade, as mulheres a mondar, os homens agarrados á enchada e ao machado, as ovelhas e as cabras a pastar, as crianças a ajudar mas também a brincar ao pé da levada a chapinhar, a rir e a saltar, o cheirinho da natureza e da Mata, e as casinhas com quintalinhos onde crescem as hortas, tudo arranjadinho, os muros de pedra, segurando as terras da encosta, com escadinhas, lajes, trabalho de gerações, duro e imenso… as belíssimas azenhas onde se moía o cereal, e as capelinhas no cimo dos montes a velar por este povo rude e ao mesmo tempo tão bom… que pena terem chegado a este abandono, se calhar irremediável, é provavelmente uma falta de respeito pelos antepassados e um atentado contra a história. Desculpa ter-me alongado.
Viva BShell, Pois se eu pudesse comprava uma dúzias de pedras destas situadas nesses montes perdidos, e reconstruia o meu novo endereço! Criava assim, o meu endereço sob o tecto da natureza prenha de vida, para os meus rabiscos de cor ganharem a velocidade no tempo.:)
Blueshell, este poema é absolutamente devorador de emoções, de tão forte e gritante que está. Este percebi-o, mal o li, na íntegra. Concordo com a tua visão, e já agora, onde tiraste a fotografia ? Beijocas e inté.
O pior é que as ruínas da realidade continuam a ser uma realidade. Nostálgica? Melhor? O gato já fugiu? Estás mesmo melhor? Vou-lhe apresentar o meu Pastor (ao gato...). Vou-te mandar uns biscoitos (talvez amanhã porque hoje tive um dia cansativo - mas estou feliz porque fiz o que pensava fazer). Os biscoitos não são do meu Pastor para o Gato. São para ti, que andas a precisar de vitamina C. Mas não são do Pastor. São meus (ainda os vou fazer...). O meu Pastor disse-me que gostava de conhecer os teus (não me lembro da marca...). Marca ou raça... nomes, datas de nascimento, etc. - Uff...fiquei, agora sim, mais tranquila. Pudera. Os biscoitos que eu já guardei para ti...! Ou para o Gato? Serão para os cães? Desculpa mas já estou confuso. E agora só sei que somos irmãos. Mas não me lembro desde quando, porque me parece desde sempre (e para sempre). Beijo.
Olá, era um outro tempo, mas o tempo passa sem pedir licença e por vezes atropela os nossos sonhos, há que ser mais rápido do que ele, enquanto ainda temos forças. Aqui deixo um Bluekiss
Achei isso em muito mau estado de conservação. Que tal abalançares-te na reconstrução? Topas? RECONSTRUÇÃO! Se ninguém lhe deitar a mão, aquela ruína acaba por se desmoronar. Trata disso. Eu posso ajudar. Beijos Azurara
É sempre triste, lembrar o que passou, mas é tão bem muito belo, não esquecer! Deves ser uma pessoa cheia de sensibilidade...vê-se nas fotos, sente-se nos textos, ouve-se a musica...parabéns mais uma vez! Bjs!
26 comentários:
Ola querida amiga (lol)
eu estou muito bem disposta:) sabes que recebi um mail de uma "amiga" do nosso amigo em comum:P
bem bem...
kt ao post
és sempre bela
um beijo meu, rose*
olá, gostei do blog! Neste post apreciei a sensibilidade à vivência das pessoas em contraste com a sua ausência, a tristeza do desolamento, a solidão do silêncio.
Ás vezes quando dou passeios pelas Serras, muitos pela do Açor, que é a minha eleita, embora seja do litoral, fico sempre com essa nostalgia, quando vejo aquelas casinhas espalhadas pelas encostas tomadas pelas silvas, as de xisto, agradável sensação de calor e segurança, onde se criaram gerações de famílias, penso que noutra encarnação aqui vivi, numa delas e sinto saudades, saudades dos tempos em que amanhávamos a terra, e dela tirava-mos o sustento para a família e para os animais. Vejo a encosta a fervilhar de actividade, as mulheres a mondar, os homens agarrados á enchada e ao machado, as ovelhas e as cabras a pastar, as crianças a ajudar mas também a brincar ao pé da levada a chapinhar, a rir e a saltar, o cheirinho da natureza e da Mata, e as casinhas com quintalinhos onde crescem as hortas, tudo arranjadinho, os muros de pedra, segurando as terras da encosta, com escadinhas, lajes, trabalho de gerações, duro e imenso… as belíssimas azenhas onde se moía o cereal, e as capelinhas no cimo dos montes a velar por este povo rude e ao mesmo tempo tão bom… que pena terem chegado a este abandono, se calhar irremediável, é provavelmente uma falta de respeito pelos antepassados e um atentado contra a história. Desculpa ter-me alongado.
Tás feita numa fotografa nata...gostei muito, das palavras também...
JiNHOS
«Hoje...o abandono e a morte
O silêncio pesado e triste
Lambe as ruínas
Da realidade»
Contudo um sinal de vida, a sua representação na nossa memória.
Bonita foto a condizer com o poema:) beijos
Outro tempo, que não volta mais...
Um beijinho
Viva BShell,
Pois se eu pudesse comprava uma dúzias de pedras destas situadas nesses montes perdidos, e reconstruia o meu novo endereço! Criava assim, o meu endereço sob o tecto da natureza prenha de vida, para os meus rabiscos de cor ganharem a velocidade no tempo.:)
Blueshell, este poema é absolutamente devorador de emoções, de tão forte e gritante que está. Este percebi-o, mal o li, na íntegra.
Concordo com a tua visão, e já agora, onde tiraste a fotografia ?
Beijocas e inté.
O pior é que as ruínas da realidade continuam a ser uma realidade.
Nostálgica?
Melhor?
O gato já fugiu?
Estás mesmo melhor?
Vou-lhe apresentar o meu Pastor (ao gato...).
Vou-te mandar uns biscoitos (talvez amanhã porque hoje tive um dia cansativo - mas estou feliz porque fiz o que pensava fazer).
Os biscoitos não são do meu Pastor para o Gato. São para ti, que andas a precisar de vitamina C.
Mas não são do Pastor.
São meus (ainda os vou fazer...).
O meu Pastor disse-me que gostava de conhecer os teus (não me lembro da marca...).
Marca ou raça... nomes, datas de nascimento, etc.
- Uff...fiquei, agora sim, mais tranquila.
Pudera. Os biscoitos que eu já guardei para ti...!
Ou para o Gato? Serão para os cães?
Desculpa mas já estou confuso. E agora só sei que somos irmãos. Mas não me lembro desde quando, porque me parece desde sempre (e para sempre).
Beijo.
Quase não consigo perceber a beleza da foto, pela tristeza q ela transmite...
bjo
fez-me lembrar a aldeia do meu coração, perdida na serra do açor. as tuas palavras descrevem todos os sentimentos da imagem. parabens!
Gosto da solidez das pedras!... :)
já me senti tentada a fazer um post assim, mas não surgiram ideias.
Gostei da tua sensibilidade
Beijinho:)
Que melhor imagem e melhor legenda para o Portugal rural do início do sec. XXI?
Jinhos
Terrível, o abandono de muitas terras do interior, apesar da sua inegável beleza. Beijinhos
Olá, era um outro tempo, mas o tempo passa sem pedir licença e por vezes atropela os nossos sonhos, há que ser mais rápido do que ele, enquanto ainda temos forças. Aqui deixo um Bluekiss
sintonia perfeita nas tuas palavras belas e a foto...gostei, amiga...! beijos no teu coração !!!
Um marco na história, uma marca de uma vida que já não existe; bonitas palavras!
Jinhos*
Achei isso em muito mau estado de conservação.
Que tal abalançares-te na reconstrução? Topas? RECONSTRUÇÃO!
Se ninguém lhe deitar a mão, aquela ruína acaba por se desmoronar.
Trata disso. Eu posso ajudar.
Beijos
Azurara
O que houve, os comentários apagaram-se?
Beijos, ainda está triste?
Gabriel: Fiz asneira...apagou-se post, comentários e tudo. Tive de colocar o post de novo...mas os comentários.."Foram-se". Um beijinho.... BShell
Tanta melancolia...!
É sempre triste, lembrar o que passou, mas é tão bem muito belo, não esquecer! Deves ser uma pessoa cheia de sensibilidade...vê-se nas fotos, sente-se nos textos, ouve-se a musica...parabéns mais uma vez! Bjs!
ERRATA: onde se lê "tão bem"..deve ler-se, também! Oops!
Já estás melhor, Shellita?
Bjs :-)
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