quinta-feira, setembro 23, 2004

(Continuação I )


magalhaes


Mas o tempo passava e Margarida começou a ver que não tinha motivos para se sentir inferior a ninguém...entendia também que obedeceria ao “marido” se lhe conviesse, caso contrário faria valer a sua opinião. De facto Margarida era dotada de um espírito forte ou não fosse ela mulher do campo, trabalhadora e que nunca dependera de ninguém. Se bem que agora já soubesse “falar”, “caminhar” e até tomar uma refeição sem entornar os copos ou provocar algum outro”desastre”...tremeu quando Maximiliano lhe comunicou que daí a dias iriam dar uma festa. “Uma festa” – pensou assustada... “ caras desconhecidas, senhoras finas, de berço”- como ouvia Maximiliano chamar-lhes! Margarida seria alvo de todas as atenções, todos os olhares convergiam para a sua pessoa...e sentiu-se, de novo, pequenina e insignificante! Mas por pouco tempo. A governanta e os criados tratariam de tudo. A ela só lhe competia representar o papel de esposa dedicada e feliz. Isso era capaz de fazer. Tinha de dar corpo aquela farsa, pelo menos durante mais alguns meses. E, lá no fundo, até começara a gostar daquela vida de luxos e requinte. Às vezes tinha saudades dos campos e do cheiro da terra...mas depois de tudo terminado, teria uma boa quantia em dinheiro e poderia voltar para a sua humilde casa com “um rico pé de meia”...

2 comentários:

Politikus disse...

Acho que fica um dúvida no ar: o dinheiro compra a felicidade?

Anónimo disse...

será que o dinheiro consegue pagar a humilhação de se vestir uma pele que não é a nossa?

fairy_morgaine
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