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Amo-te tanto, meu amor...não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.
Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.
Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.
E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo, de repente
Hei-de morrer de amar mais do que pude.
Vinicius de MORAES, Cadernos de poesia (1969)
10 comentários:
Bonitas fotos no teu blog!
Escolheste muito bem!
A exaltação do amor nasce naquilo que temos de mais profundo!
Nasce no lugar onde só o teu "eu" sabe estar.
Claro como a água. Lindo como o vento. Fugaz como a chuva que tarda em aparecer. BOM DIM DE SEMANA e BJKS.
Ecomo o Poeta sabia destas coisas do amor:) beijos
Boa noite BlueShell...
Ainda bem que escolheste Vinicius de Moraes.
Deixo-te aqui um dos poemas que mais gosto dele...
"Meu Deus, eu quero a mulher que passa.
Seu dorso frio é um campo de lírios
Tem sete cores nos seus cabelos
Sete esperanças na boca fresca!
Oh! como és linda, mulher que passas
Que me sacias e suplicias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Teus sentimentos são poesia
Teus sofrimentos, melancolia.
Teus pelos leves são relva boa
Fresca e macia.
Teus belos braços são cisnes mansos
Longe das vozes da ventania.
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Como te adoro, mulher que passas
Que vens e passas, que me sacias
Dentro das noites, dentro dos dias!
Por que me faltas, se te procuro?
Por que me odeias quando te juro
Que te perdia se me encontravas
E me encontrava se te perdias?
Por que não voltas, mulher que passas?
Por que não enches a minha vida?
Por que não voltas, mulher querida
Sempre perdida, nunca encontrada?
Por que não voltas à minha vida?
Para o que sofro não ser desgraça?
Meu Deus, eu quero a mulher que passa!
Eu quero-a agora, sem mais demora
A minha amada mulher que passa!
No santo nome do teu martírio
Do teu martírio que nunca cessa
Meu Deus, eu quero, quero depressa
A minha amada mulher que passa!
Que fica e passa, que pacifica
Que é tanto pura como devassa
Que bóia leve como a cortiça
E tem raízes como a fumaça."
(Poema de Vinicius de Moraes)
Um abraço e bom fim de semana
;-)
Cá eu de poesia não pesco grande coisa... mas um cházinho e uma fatia de pão com queijo até que marchavam!
Todo o poeta canta o Amor, mas Vinicius canta em seu modo dolente com um charme que encanta e fica na memória. Bjinhos e bfs. Amita//brancoepreto
gosto muito de Vinicius.
boa escolha:)
jinhu
Lindíssimo, O vinícius e lindíssima a música! Que bem me soube estar aqui a ler-te e a descansar!
Beijinho
Gostei tanto de conhecer este blog,e hoje ,com este poema divino!
Votei em si ,no nick..o meu pai chamava-me muitas vezes concha...lembrei-me...não era o blog que estava em causa,votei antes de vir...mas adorei estar aqui,parabéns!
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