sábado, novembro 13, 2004

SERÁ...


vadio

(foto de Charlie Pitela)
...que temos coragem de olhar nos olhos aqueles que, nas esquinas, rogam "o favor de uma esmolinha"? Ou os ignoramos, ou nem os olhamos nos olhos. Será sentimento de culpa? Por nós termos tanto e eles tão pouco? Por nos lamentarmos do muito que temos e que parece nunca chegar para nada?...ou porque temos receio de enfrentar uma única realidade: " podia ser EU ali, naquela esquina, a pedir aquela esmola". ...quem sabe???

9 comentários:

João Campos disse...

Depende. A partir do momento em que se diz a um mendigo para vir connosco ao café mais próximo que lhe damos algo para comer e ele recusa, alegando que quer é a esmola, dá que pensar... claro que não se pode generalizar, eu ando todos os dias na Linha Azul, e vejo bem o que se passa por lá. Enfim, neste tema o que não faltam são pontos de vista. Beijos*

wind disse...

Não os ignoro, mas só dou algo dependendo do que pedem.

BlueShell disse...

Tendes razão: e por saber que é um tema complivado ...o escolhi para reflexão de véspera de Domingo. Abraços muitos, BLUESHELL

mfc disse...

Quem sabe...?!

Fátima Santos disse...

Lá pelo blog do Sapo um dia..andou esta temática tratada por indução de outro que não minha, creio...assunto delicado apenas, Blue (e estive a ver inda há pouquinho um "sem abrigo" ali na SIC e um flash sobre os "bipolares"...) por causas das que dizes e...pelo nosso medo, comodismo, preconceito e...porque eles e nós somos pessoas e, por tal, eles tb não são "boas pessoas" só porque pedem...então tudo de depende (devia!) como em tudo da relação...O certo certo mesmo é que não devia existir falta de pão e de conforto para a alma e para o corpo...
Mas não olhar cd um nos olhos, fugir-lhes, receá-los... Meu Deus (em que não creio!)isso não!
Sei lá... sei lá...que sei...
que quem está mal somos nós ah! que a culpa é nossa...isso podes crer que sem me tirar o sono nem colocar em remorso contínuo...é aquilo em que creio! e um dia, de uma forma ou de outra, nós somos sempre o "pedinte no passeio"!
Beijinhos

Agnelo Figueiredo disse...

Minha Senhora,
Já sabia que o vosso coração era "de manteiga". Isso não era novidade. Contudo, neste vosso "post", descortino algo como que um sentimento de culpa pela pobreza.
Acaso vos sentis culpada pela desgraça alheia?
Acaso sois socióloga, logo convicta de que todos os problemas radicam nesta sociedade egoista e freneticamente consumista?
Pois sabei que não tendes que continuar assim.
Deveis alinhar na moda:
A CULPA DE TODAS AS DESGRAÇAS É DO PEDRO SANTANA LOPES!!!
Podeis dormir descansada.

BlueShell disse...

Azurara, caríssimo...
Do Pedro Santana Lopes?....Jamais! Que ideia obscura vos terá toldado a visão? Não...a culpa ou é:
1 - do destino;
ou
2 - das"paixões" e acções do próprio que pede esmola!
Voltai, já tinha saudades de V.ª Exª.

Fata Morgana disse...

Realmente é um tema complicado, que se presta a longos debates.
Quanto a mim, cada pedinte é um caso único. Uns pedem para forrar o estômago e não têm mesmo hipóteses de arranjar trabalho; outros pedem para sustentar vícios; outros porque descobrem que até pode ser gerido "em cadeia" e ser um bom negócio, em vez da chatice de ir trabalhar; e há muitos mais motivos para se ser pedinte, infelizmente. Porém, de uma coisa tenho a certeza: a moeda é mais para aliviar quem dá do que para ajudar quem pede (ainda que seja mesmo para ir comer), pois uma ajuda verdadeira e efectiva, faz-se através de donativos a instituições cujo trabalho é mais amplo do que a nossa esmola pode ser. Se toda, mesmo toda a gente desse um bocadinho do que tem, todos os meses, não havia tantos mendigos, os toxicodependentes teriam tratamentos em condições, até os animais sem dono podiam esperar algo melhor do que o canil! Há muitas causas e poucos doadores.

Beijinhos, Blue. O teu blogue está muito bonito, com muitas imagens lindas e textos também! :)

MMM disse...

tenho também uma visão muito fria sore este e outros assuntos da nossa sociedade, não digo todos, mas muitos destes sem abrigo, preferem andar na mendicidade e não participarem da sociedade, porque é mais comodo viver das esmolas e da caridade alheia.