Os dias pesavam arrastando-se lentamente.
E o coração de Matilde, toda a força da sua juventude ficava ali....sepultada naquelas paredes de granito, naqueles grilhões sociais...
Sentia frio, muito frio! Mas um frio que lhe invadia a vontade, o querer, o sonhar!
Matilde morria aos poucos.
Da janela e da varanda do seu quarto via toda a natureza livre e sã! E sorria. Conhecia de cor a cor de cada flor, o canto de cada ave. E sabia onde cada ninho estava....e à noite olhava as estrelas e sabia o nome delas, nomes com que as baptizara. Eram as “suas” estrelas, as “suas” flores, as “suas” árvores, os “seus” ninhos...
Francisco ocupava-se a “socializar” ...ora no “Club”, ora em festas que “dava” no grande casarão. Esses dias eram para Matilde um inferno: colocar uma máscara de felicidade, circular como dona da casa, que nunca fora, e fazer de esposa exemplar...deixavam-na mais revoltada e mais prostrada.
Mas foi numa dessas “festas” que Matilde se reencontrou consigo mesma: Dário pegou-lhe, de súbito pelo braço e sussurrou-lhe ao ouvido – “Não se assuste”; depois em voz alta e dirigindo-se a Francisco – “O meu estimado amigo permitirá que lhe roube a esposa por uns minutos, não é verdade?”
Francisco, de copo de licor na mão, assentiu com a cabeça e sorriu.
(foto de BlueShell)
Já na varanda Dário olhou-a bem dentro dos olhos azuis: - “Achei que estava a precisar de um pouco de ar da noite”...”não me leve a mal, por favor.”
- Não, eu...
- “ E também não me queira mal pelo que lhe vou dizer a seguir, dona Matilde”.
“Eu sou um homem vivido, experiente...vi falecer minha adorada esposa há anos, por culpa minha, por não saber ver...e, a dona Matilde vai-me perdoar de novo....eu tenho-a observado: a dona Matilde não anda bem. Eu não me perdoaria jamais se deixasse tudo acontecer outra vez. A minha esposa partiu deste mundo levada pela tristeza e pela solidão. Se eu calasse o que penso estaria a repetir o mesmo erro, entende?”
- “Valha-me Deus, Sr. Dário, eu...
- “ Shiuuu! Não diga nada.
A noite caía já, plena de encantamento...uma hora em que os vultos são apenas vultos e as vontades de manifestam sem preconceitos, sem nada que as possa travar...
Matilde não conteve as lágrimas. O seu vestido preto deixava realçar mais o arfar do alvo seio. Dário tomou-lhe as mãos com força, depois deu um passo e, tremendo, abraçou-a. Sentia-a soluçar, sentia o seu cabelo tão louro, tão suave... E, por um brevíssimo instante apenas, pensou poder possuí-la! Mas no mesmo momento se amaldiçoou e afastando-a de si balbuciou apenas: - “A dona Matilde não merece acarretar essa dor ! Tanto sofrimento meu anjo...Ò Deus, não é justo, isso!”
Matilde ergueu os olhos, enxugou algumas lágrimas e observou o homem que antes a abraçara tão terna e inocentemente. Era um homem bonito com os seus cabelos quase todos brancos, alto, forte mas sempre elegante. Já em outras ocasiões o olhara como um cavalheiro distinto...agora olhava-o com desejo.
Lá dentro, na grande sala iluminada a música, o ruído abafado das conversas e dos risos.
O crepúsculo dera lugar à noite. E todas as estrelas de Matilde lá estavam, únicas testemunhas de um beijo....primeiro apenas um leve roçar de lábio, tímido...a respiração quente de ambos era o que apenas se ouvia. Depois... toque de lábios transformado em beijo ardente, sôfrego, saboreado em cada boca com a loucura de um desejo vibrante, cortante...à mistura com o ritmo de corações que impetuosamente parece quererem deixar de bater...
Depois ainda, mãos desejadas que apertam e tacteiam na procura de seios como quem bebe em êxtase o cálix da Vida eterna...paradoxo do pecado cometido que excita e inebria mais e mais... e enleva corpos que se fundem sem se cansar, como Templos que se abrem para receber os fiéis em tempo de Semana Santa...
Luz e sombra, música e um respirar a Vida, um erigir vontades de ambos, inexoravelmente apaixonados...condenados...e ainda assim pecando voluntariamente...
[- “Isto já parece uma novela de cordel, não?”
- “ Deixa estar...continua. Logo se vê no que vai dar.”
- Olha que não me está a soar bem, percebes? É que depois as pessoas lêem e é uma vergonha. As novelas Venezuelanas tinham assim umas “situações” levadas do caraças...isto fica mal, pá!
- Não fica nada! Gaja teimosa, porra! Continua, carago. Estás p’ra’í com preciosismos e mais não sei quê...Afinal a ideia era fazer um texto de ficção em prosa, não era? Prontos...não entendo qual é o problema. Só na tua cabeça, pá!
- “Está bem, vou continuar...mas que não me está a soar bem, não está!!!”
- “Espera: vais matá-la? À Matilde?
- “E eu sei lá? Por um lado ficava bem...assim...uma saída “airosa”, por outro lado fica muito “pesado”, um dramalhão ultra-romântico...não te parece?
- “ Tanto faz....segue em frente com isso que já me enervas, caraças!”]
A manhã foi recebida com um enorme sorriso. Matilde abriu as pesadas cortinas sem esperar pela criada de quarto e foi à varanda onde o sol, tímido e meio a dormir, mal rompia por entre a ramagem maciça da vegetação em frente.
(foto de BlueShell)
O silêncio não a incomodava, hoje!
Pelo contrário, sentia naquele silêncio não o sinónimo da solidão mas o espaço propício para reviver todas as sensações da noite anterior. E saboreou-as, uma a uma, ali na varanda, de olhos fechados....e sentiu-se de novo nos braços de Dário, sentiu-se de novo mulher. Afinal ...era mulher, não era meretriz...apenas mulher! Mas aquela palavra...apenas pensada, fê-la abrir os olhos. Via a enorme quinta até lá ao longe. Uma brisa de ar mais frio fê-la sentir um arrepio que lhe gelou a alma. Aquela palavra...empalideceu! Num ímpeto, regressou ao quarto, correu ao espelho...Aquela mulher à sua frente, mulher esguia, envergando uma camisa de dormir alva como neve, com cabelos loiros ondulados como os de uma sereia...era ela própria. Apontou para o espelho, devagar e com o dedo indicador, acusou: “- És uma prostituta, és uma prostituta...uma...”
E ficou ali, diante de si, com um olhar esgazeado...um olhar de quem tinha nojo do que via, nojo do que sentira...ou quiçá? sentia ainda?....
E quando a criada de quarto subiu e bateu com os nós dos dedos na porta de madeira, tentou rodar a maçaneta... a porta não se abriu.
[ - “Espera lá! Alto aí! Vais meter a tipa a ficar louca?
- “Era uma ideia, não achas bem?
- “Mas explica-me uma coisa: O que aconteceu na noite anterior entre a Matilde e o Dário (não sei onde foste buscar o raio do nome para o gajo) não foi apenas um beijo e alguns apalpões?
- “ Credo, tens uma maneira tão prosaica de ver estas coisas da paixão....”
- “ Mas foi apenas isso, não?”
- “Claro que foi apenas isso...não houve mais nada. Mas tens de entender que nesta altura e para pessoas com uma educação religiosa como Matilde isso já era um pecado imenso, já era uma traição ao Francisco...”
- “ Bem feita para esse, e eu na pele dela não deixava as coisas ficarem por um beijo apenas...ia mais longe...tu sabes...hehehehe.”
- “Tem tino, vamos ver como saio desta embrulhada. Então quanto a ti....loucura está fora de questão, é?”
- “Claro: nada de suicídio, nem loucura....ah...e nada de Conventos ou Mosteiros também. Isso já o Garrett e outros fizeram.”
- “És chatinha, já te disseram? Bom, então deixa-me concentrar!”]
Por instantes a criada pensou insistir. Mas depois achou que a senhora estaria cansada da véspera e resolveu não a acordar. Deixá-la-ia descansar um pouco mais!
Matilde, entretanto, vestira-se, penteara os seus loiros cabelos e com os olhos plenos de lágrimas escreveu um pequeno bilhete que colocou devagar sobre a cama, já feita.
Olhou uma última vez o quarto, cada objecto...foi à varanda despedir-se das “suas” árvores, dos “seus” ninhos...
Ninguém a viu sair. Nada levava consigo senão aquele vestido castanho-escuro e um xaile preto que lhe cobria o louro dos cabelos. Os seus passos eram firmes e determinados. Em momento algum parou para olhar para trás.
Por volta do meio-dia era um reboliço lá no casarão! Francisco já perdia a compostura: onde se enfiara a criatura? Um desaforo assim...
A mamã achava tudo aquilo coisa de criança mal-comportada que merecia umas boas nalgadas.
Já a avó, mulher sábia, como o são todas as avós, achava que o caso era sério e, pela primeira vez desde há três anos, altura em que se celebrara o matrimónio entre Matilde e Francisco, dera-se conta do quão mal havia sido orientada aquela menina. Lá no fundo ela sentia que entendia a razão da fuga de Matilde.
O avô, de mãos atrás das costas, caminhava no escritório, esbaforido...pensando no escândalo...sim porque as pessoas agora iriam comentar! É a vergonha! É a desonra! É a infâmia!....a manchar o seu imaculado e venerado nome!
Súbito Francisco apareceu na sala. Trazia nas mãos um bilhete. Estava lívido!
“ Ao Senhor meu esposo Francisco:
Sou eu, Matilde, quem vos escreve. E escrevo por não ter coragem (nunca a tive, bem o sabeis) de vos dizer que não sou merecedora de continuar a usar vosso nome, a viver sob o tecto de sua casa. Sei agora que o meu lugar é num qualquer bordel...por isso já vedes que a minha ida desta casa não vos poupa à condenação pública, mas poupa-vos à desonra.
O nosso matrimónio foi um erro, ambos o sabemos. E é por respeito à memória de vossos antepassados que me ausento sem mais delonga.
Não quero o vosso perdão, senhor! Não vo-lo peço!...e vós, não queirais que eu...vos perdoe também, todo o mal que me fizestes.
Saio de vossas vidas voluntariamente. Não espero, nem quero que me procureis!
Matilde”
A ninguém Francisco revelou o conteúdo daquele bilhete.
- “Mamã, avó...minha esposa morreu! A partir de hoje não se pronunciará mais o nome dessa mulher aqui em casa. Jamais, entendeis todos?”
Mas notícias destas correm velozes...e quando Dário soube que Matilde tinha morrido quase enlouqueceu; Correu ao casarão...mas ninguém para o receber.
Os Senhores tinham partido para o Norte e não se sabia quando voltariam à Quinta Grande. – Resmungou uma criadita pela fresta da porta entreaberta.
Na aldeia uns diziam que tinham visto o caixão de Matilde numa caleche funerária...outros afiançavam que tinha sido sepultada nos terrenos da Quinta.
Mas Dário não sentia que Matilde estivesse morta! – “Não o consinto, ouves mulher? Não me podes morrer assim, agora que te abracei e te beijei e sei que te fiz feliz...não podes ter morrido, não...porque eu não quero que morras” – balbuciava Dário por entre soluços. Queria tê-la ali consigo para a amar, para a venerar...
Os meses passavam mas a dor permanecia cada vez mais viva. Dário quisera saber onde era a sepultura de Matilde mas a resposta de Francisco ainda o desesperara mais:
“... o corpo dessa senhora está espalhado um pouco por todo o lado!”
Esta resposta, assim, seca e fria despertou em Dário uma pontinha de esperança...ao mesmo tempo que o confundia! Uma resposta assim, de um marido que não denota dor, que não deixa transparecer sequer um lamento pela perda sofrida...
E Dário recomeçou a procura. Correu conventos, hospitais...nada! Nem nas vilas, nem nas grandes cidades. Quando estava na cidade pernoitava no hotel do costume: o serviço era muitíssimo bom e a discrição um factor a considerar.
Numa dessas noites as paredes do seu quarto incomodavam e tarde já, resolveu sair. Era uma noite quente de Verão. Pouca gente nas ruas. Candeeiros iluminavam os passeios dando um tom de vermelho-inferno à cidade. Os seus passos eram lentos e o seu caminhar não levava destino certo.
- “Carece de companhia, o cavalheiro?” – perguntava de uma ombreira uma vozinha “melada”, atrevidamente sedutora...
Dário nem respondeu, sequer se virou para olhar aquela figura esguia de cabelos loiros e olhos muito azuis.
E até apressou o passo mas...deteve-se fulminado! Aquela voz...havia algo naquela voz... – “ Não, devo ser eu que estou a endoidar. Não pode ser Matilde!”
Mas o certo é que os pés não obedeciam: parecia estarem presos ao chão.
Voltou atrás, a medo, quase constrangido.
- “ Ah, o cavalheiro pensou melhor e...”
Fez-se um silêncio cruel: ela enfezada e de olhos no chão!
Ele de olhos esbugalhados, atónito contemplava aquele ser. E Dário sentiu raiva, ódio, nojo dela...e ela sentira-o no seu olhar!
Ainda o silêncio atroz...daqueles silêncios que magoam mais do que bofetadas...
Assim estiveram algum tempo...medindo-se, desafiando-se, sofrendo!
- “ Matilde! Meu Deus...que razão? Pensámos que tivesse falecido.”
- “ Eu sei. Mas tinha de ser assim, Sr. Dário. Tinha de ser assim.
- “ Não tinha, Matilde! Eu a procurei por todo o lado. Eu a queria...e tanto!
- “ Diz bem, Sr. Dário....me “queria”. Ainda me pode ter. Por alguns trocados apenas...
Dário ainda levantou a mão...mas não ousou tocar-lhe!
- “ Fui eu quem lhe fez isto, não fui?
- “ Não, fui eu mesma quem fez isto a mim própria. O Sr. Dário fique tranquilo...não tem culpa de nada. Como poderia ter? – Mentiu Matilde.
- “Mas fui eu quem a beijou naquela noite e a desejei...”
- “Estava-me no sangue que assim fosse: agora outros homens me têm, outros homens...”
Não terminou. Estremeceu com o grito de Dário: - “Cale-se! Cale essa boca suja, mulher...essa boca que eu beijei e que era pura, então. Era meretriz o que queria ser? Pois passar bem! Conseguiu o que queria...ser meretriz...ao serviço de quem pagasse mais! Lamento profundamente, creia-me, ter durante estes meses chorado uma mulher digna de minhas lágrimas e que eu supunha morta.
- “ Chorou-me?...”
- “Sim, mulher desgraçada, chorei-a porque a amava, porque ...porque”... – a sua voz era, de novo, terna e meiga...para logo de seguida se exaltar.
- “Chorei-a por a julgar perdida para sempre. O que nunca julguei foi que andasse a meter homens no seu leito, a...a...dar-se a eles, a vender-se. Maldita seja!
- Pelo menos agora sabe a verdade...não terá de me chorar mais, nem de se preocupar comigo. Pode seguir sua vida, Sr. Dário: lamento que tenha causado todo esse transtorno ao senhor...Não imaginava....
- “ Transtorno? A Matilde chama-lhe transtorno? Bem vejo que não faz ideia do quanto sofri estes meses....do quanto sofro neste preciso momento por sabê-la assim, perdida...
- Olhe, Sr. Dário. Desculpe se não entendi. Terá razão, certamente terá. Mas eu nunca lhe pedi nada. E a vida que levo é a minha vida, a minha vida, percebe?
- “Não Matilde, a Matilde é que não percebe: a vida que leva não é a “sua vida”...é a minha vida. Sim, Matilde...a Matilde é a minha vida, entende agora? Entende a razão da minha raiva, da minha angústia? Eu não soube proteger a “minha vida”, não soube protegê-la, Matilde. Perdoe, perdoe tudo quanto eu disse e amaldiçoe-me se quiser: eu não tinha o direito...Mas...é que eu...eu amo-a!
- “ Ama? Olhe para mim, Dário! Olhe-me nos olhos e diga que me ama! Decerto quer fazer-me rir.
- “ Olho, sim...e vejo nesses olhos azuis a mesma mulher que eu beijei naquela varanda, e que me beijou com paixão...era fingimento? Não creio. Não se finge assim! Teve outros homens? Não importa...tudo isso faz parte de um passado que não é meu, dele não posso ter ciúmes. Quero-a como é, como está...quero-a agora. Quero-a Matilde para minha esposa, para minha mulher e lhe juro que será amada como nunca o foi nesta vida.
- “ Falais a sério...
- “ Não imaginais o quanto vos amo...
- “ Mas eu...eu sou... o que vedes em mim...eu não sou digna...sou mulher infame...
- “ Dir-me-eis apenas se quereis casar comigo, ser minha esposa...isso me basta.
- “ E basta-vos isso? Não me pedis o meu amor?
- “ Não, não peço vosso amor...sei que me amais também; não me pergunteis como sei...apenas sinto que me amais porque em vossa presença, querida, me sinto amado.
Sei que sou amado...presunção? Essas lágrimas...Matilde...chorais?
- “ É verdade que vos amo. E não pude suportar a ideia de ter traído o meu marido Francisco, me condenei a ser uma mulher do mundo...porque eu não devia ter-vos amado, não podia, não era lícito...”
- “Maldito eu...agora tudo faz sentido! Então sempre foi por minha causa...”
- “Não...eu é que devia ser uma mulher de recato e não fui. Estava só, quis ser amada...e amei-o a si, Dário: Um amor que então era pecado mas que hoje...se me quiserdes ainda...
- “ Se vos quero...vós sois a minha vida, já vo-lo disse! Quem, amando sua vida, como eu amo...abdica de um momento por mais curto que ele seja?
Venha meu amor, venha comigo agora. Amemo-nos num amor sem fim!
FIM
[ - Pronto, fiz como dizias: nem suicídio, nem Convento...
- Porra, fizeste da gaja uma p.....
- Olha lá a linguagem, menina! Mas que coisa!
- E queres-me dizer que não ficou a “saber” a novela de cordel? Irra...que foleirada! E o fim...o fim é escabroso. “...num amor sem fim” – endless love – influência dessa música pirosa que andas a ouvir, claro está!”
- “ Pronto...então se fosses tu como farias? Diz!”
- Olha...primeiro o tipo deixava de se chamar Dário e passava a chamar-se Alexandre!
Depois punha a Matilde a comunicar ao seu amorfo Francisco que estava fartinha de o aturar a ele mais à mamã, mais ao vovô...e o raio da famelga toda...e que iria sair de casa levando comigo aquilo a que tinha direito. Depois pedia uma carruagem e ia bater à porta do Dário, ou seja, do Alexandre...e punha o preto no branco: se quer, quer...se não quer há mais quem queira!...E pronto. Dava a coisa por terminada!”
- “ Não podia ser assim tão fácil....havia o escândalo...as convenções sociais....”
- “Maior escândalo do que meteres a gaja a ser puta...não estou a ver....”
- “ Olha...é impossível trocar impressões contigo, sabias? Fim de conversa!”
- “Amanhã dou-te “um toque” e vamos tomar café?”
- “ Talvez...logo se vê. Pira-te!”
- “ Tchau!”
...
- “De facto...a gaja tem razão! Isto está uma foleirada de meter nojo! Que texto pedante!
Centrei-me apenas na acção...descurei os ambientes, as personagens de uma maneira geral...Só espreitei o interior de Matilde...e foi no início...depois, quase esqueci Francisco...as suas razões, os porquês do seu comportamento para com a esposa Matilde! E claro , todo o texto ficou perfeitamente inverosímil....
O melhor é apagar tudo e já...antes que alguém tenha coragem de sequer começar a ler!]