(Foto e texto de BlueShell)- PORTUGAL
Este é o povo que chora… lamenta a partida dos que procuram outras terras, longe, longe….
…que teme…que sofre e não entende….
Este é o povo que transporta, de geração em geração, o saber…
…as tradições, os costumes…
Este é o povo que faz filhos sem pressa e que depois, rotos e descalços, se tornam homens e mulheres de força. Homens e mulheres que trabalham no frio do inverno e esturricam sob o sol de agosto. Filhos vão à escola de mãos gretadas e unhas sujas da terra que amanham, da azeitona que apanham mas que a escola não entende, filhos que a escola humilha porque são diferentes: trabalham.
(Foto e texto de BlueShell)- PORTUGAL
Este é o povo que somente conhece domingos e dias santos para vestir um fato que se guarda para ocasiões…porque todos os dias são dias de trabalho árduo, invisível aos nossos olhos. Sim, aos nossos, gentinha fútil que se passeia pela baixa de uma cidade qualquer deambulando…vendo montras onde a luz artificial é tão artificial como o sorriso do gerente que nos tenta vender um qualquer artigo obsoleto que não usaremos nunca…
Este é o povo que ri na arranca da batata, que brinca nas desfolhadas…que estruma as vinhas, que roça mato, que limpa os currais e faz a “cama” à criação. O povo que respeita os animais e se tem de os matar é por precisar de dar de comer a um “rancho de gente”! Este é o povo que não abandona os animais porque eles estão lá, companheiros de trabalho, dia após dia. Este é o povo que aprende numa outra escola, sem humilhação, sem marginalização….
(Foto e texto de BlueShell)- PORTUGAL
Este é o povo que treme nas noites de trovoada, e reza como ninguém pedindo, entre soluços, que haja misericórdia…
Este é o povo esquecido…
Este é o povo…
O meu!