(Foto de BlueShell) - Penalva, Portugal
Sentei-me ao computador: ia fazer um poema! Assim pensava eu.
Depois de várias tentativas…já olhava o monitor como um adversário feroz: não passava dos primeiros versos:
Quando, na noite, chamas pelo meu nome…
Fresco teu hálito, quando me procuras os lábios ardentes…
E eu deixo escorrer por mim
Todo o teu amor…
Todo o teu calor…
(Foto de BlueShell) - Penalva, Portugal
… Mas faltava essência, faltava alma, faltava tudo!
Recomecei…olhando algumas fotos eu tirara com o carro em andamento (não era eu quem conduzia, claro) …. E a única palavra que me ocorria, nítida, era a palavra “cristalina”!
Sem saber muito bem onde a colocar…decidi deixá-la quieta, no seu lugar, junto das outras que lhe são “parentes”: transparente, vítrea, límpida, clara, pura….
E abandonei-me ao meu estúpido e puro “vazio literário”!
E amuei, transparente de raiva!
E tive vontade de comer chocolate argentino!