segunda-feira, maio 30, 2005

Acabo de ser agredida...

hera
(foto de BlueShell)

A hera precisava ser cortada senão subiria para o muro do vizinho...
Deitei mãos à obra, transpirei...
A tesoura da poda ia cortando e a minha mão direita, mais habituada a canetas e lápis, já estava acusando o sinal de cansaço. Tarefa concluída, finalmente!

Para ver melhor como ficara recuei dois ou três passos...e senti meus calcanhares afundarem ao mesmo tempo que imensas e desagradáveis picadelas e arranhadelas me massacravam as pernas (de cima, abaixo)...e quanto mais eu me debatia para não cair...mais sentia as pernas todas serem rasgadas e penetradas pelos aguçados espinhos...d’um raio de um cacto que tenho no centro do jardim...

Esquecera o cacto e recuara precisamente para cima dele. Não conseguindo equilibrar-me...caí, em cima do traseiro e do braço esquerdo mas numa zona de grama (valha-me isso)...ainda bem que existe grama.

Rapidamente me levantei: olhei para as pernas...arranhões imensos deitavam sangue, muito mesmo...

Tratei de imediato de tomar duche e ao esfregar energicamente com a esponja certificar-me que nenhum espinho tinha ficado cravado na pele.

Depois fiz o curativo...e estou a arder...de tanto álcool que coloquei...

Agora vim desabafar!
[Não, não chorei...]

Na foto: aquela é a hera...e do lado direito vê-se um pouco do dito e assanhado cacto...

A ROSA

flavio
(foto de BlueShell)

Esta rosa é para todos quantos gostam de rosas e especialmente dedicada à mãe do Flávio, de A BOMBA, em:
http://www.a-bomba.blogspot.com/

Em cada pétala sua
A perfeição divinal...
Encanto de poetas,
Símbolo de paixão
Sem igual....

E saúda o sol e a chuva
E sabe à cor do amor
A rosa do meu roseiral...

sexta-feira, maio 27, 2005

NO LONGE!

caminho1
(foto de BlueShell)

Não temo...sei que virás...
Ao longe sinto teus passos,
Sinto teus braços, já...
E eu neles me deixo
Desfalecer...de paixão, de prazer...

Não temo...no Longe está
Minha certeza: tua chegada
Anunciada p’la Natureza!

quarta-feira, maio 25, 2005

ERA ASSIM...

jarro
(foto de BlueShell)


...porque naquele tempo eu era criança...e via tudo com olhos de criança....e sorria sem saber que havia dor, ou morte...e percorria caminhos como quem voa junto com os pássaros...e tinha a sorte de estar sempre feliz como a natureza...que só se zanga em dias de tempestade...

segunda-feira, maio 23, 2005

O SORRISO...

eupego
(foto de BlueShell)

- Sorri para mim...sim?
É apenas um sorriso
O que te peço.

- Não, prometo que
Não choro pois
Não teço ilusões já!

Só um sorriso, vá!!!

sábado, maio 21, 2005

PLENITUDE!

estrada
(foto de BlueShell)

Serás sempre aquele
Que me tomou pela mão do amor...
Me fez descobrir mulher...

E então...nos demos em pleno,
Em noites de paixão e desejo,
Beijo após beijo...

sexta-feira, maio 20, 2005

VOLTARÁS PARA MIM?

verde
(foto de BlueShell)

...E se eu te amar para lá do Tempo
Como louca gaivota...que voa sem destino,
Sem tino...
Como dia quente em tarde de Primavera...

Voltarás para mim?


....E se eu te amar para lá do Ser
Como batel sem rumo...ou fio sem prumo...
Como estrada plana que chama e clama
Por um caminhante...

Voltarás para mim?


Então podes voltar, amor...amante...
Que eu sou gaivota, dia, batel, fio e estrada
Que te quer demais...
Sem querer mais nada!

terça-feira, maio 17, 2005

ESPERA...

espero
(foto de BlueShell)

Espero, como quem se deixa aniquilar pela vontade,
Um sinal teu...um gesto, um som...

E espero assim, temendo a noite, a escuridão
Que antecipa o sentimento de vazio...vazio que o é
Na realidade....

Olho o espaço envolvente e concluo que nada me diz...
Estou só.

Da antiga capela elevam-se as recordações
De dias suavemente iluminados
Pela pureza de uma mulher-criança!

Se ouço a chuva bater forte na janela
Fico feliz pela natureza,

E meus olhos se inundam de lágrimas
Que se vertem
E se perdem
E nada significam
Para ti...

domingo, maio 15, 2005

AI FLORES...OLHAI MINHAS DORES!!!

pino
(foto de BlueShell)

Ai flores, ai flores do verde pinho
Dai-me novas do meu amor,
Ai flores, ai flores do verde ramo
Dai-me novas daquele que amo....

- “Teu amor vem já a caminho
Não tens que chorar!”

Ai flores, ai flores do verde ramo
Vede minhas lágrimas, este meu chorar
Ai flores, ai flores do verde ramo
São saudades de tanto esperar.

- “Teu amor vem já a caminho
Não tens que chorar!”

Dai-me novas do meu amor,
Trazei-me, de novo, seu calor.
Ai flores, ai flores do verde pinho
Mostrai-me agora o caminho.

- “Teu amor vem já a caminho!
Não tens que chorar!”

Vede minhas lágrimas, este meu chorar
São minha cruz, este suspirar!
Ai flores, ai flores do verde ramo
Olhai no caminho...é aquele que eu amo!!!

- “Teu amor vem a caminho!
Já podes chorar...
Porque traz consigo
Outra para amar!”

sexta-feira, maio 13, 2005

Sinto-me...sem te sentir!

longes
(foto de BlueShell)

Porque me negas teus beijos,
Teus mimos, teus abraços?

Sabes o que isso me faz sentir?

Que te cansaste de mim
E que os teus desejos...
Já escassos
Vão, lentamente, desenhando
Em nossas vidas
A palavra
FIM!

quarta-feira, maio 11, 2005

MULHER DESPREVENIDA...

perda1
(foto de BlueShell)

Era um dia de trabalho como tantos outros.
Já no recinto do estacionamento abri a porta lateral da parte de trás do carro para procurar, de traseiro para o ar, nos bolsos do casaco, a minha “pen” – instrumento fundamental para o meu desempenho profissional…(heheh)
Vestia na altura uma saia preta, daquelas que se ajustam ao corpo, uma espécie de malha, uma camisola cinza e, ao pescoço, uma “écharpe” de seda, também preta. Súbito, sinto algo cair ao chão…algo que se roçou nas minhas pernas e dei comigo a pensar – “ Maldita “écharpe…é de seda, escorregou, já está no chão”…Mas...curiosamente senti também um imenso frio às pernas! Como a saia era “rodada” atribuí o facto a alguma brisa mais fresca…vida dos lados da Serra da Estrela….
Como a minha procura se tivesse revelado vã (não encontrei a “pen”), ergui-me e dei conta, para espanto meu, que a dita “echarpe” continuava no local devido, isto é, ao pescoço, caindo de ambos os lados do peito. Quase até aos joelhos. Sem acreditar no que depois verifiquei ser a realidade …inclinei os olhos para o chão e, à volta dos meus pés, como que a fazer um círculo…lá estava ela…a minha saia! Instintivamente e com uma rapidez que eu própria me desconhecia subi a saia quase até à altura dos seios…olhei em volta…temendo ter sido vista naquela “figura”: camisola cinza, “écharpe preta, e …”collants”… Não, ninguém me houvera visto… (suspirei de alívio, claro).

Só que agora…outro problema se me levantava: já não tinha tempo de ir a casa mudar de roupa…e a saia voltaria a cair certamente. Já no gabinete procurei um cordão, uma fita…até um resto de um cabo de computador serviria…mas nada …nada se parecia com um cinto. Foi então que meus olhos pousaram num agrafador…eheh…era isso mesmo! “Para grandes males – grandes remédios”: vai de agrafar a saia, do lado esquerdo, aos collants… “Será o suficiente…assim já não cai” – Pensei. E lá fui trabalhar…

Mas a natureza tem as “suas coisas” e umas horas depois eu estava aflita para ir à “casinha”…tinha bebido imensa água (dizem que ajuda a emagrecer) e estava a precisar MESMO de ir. Na primeira oportunidade voei para a casa-de-banho…levantei a saia…mas nem os collants, nem as “calcinhas” queriam descer…- “Opsss… Bolas! – Pensei para comigo já em pânico: - “ Porra, agrafei a saia…as collants…e as calcinhas…”

Olhai… a triste da minha situação…

Não queirais saber pormenores…

[Recomendo vivamente que tragam convosco, na malinha de mão…um cinto: nunca se sabe quando ireis precisar dele…]

segunda-feira, maio 09, 2005

Nem sempre é preciso compreender...

compre
(foto de BlueShell)

Lentamente arrastava-se pelas ruas quase desertas da cidade. Os sons chegavam até ele distorcidos...em forma de Não-Ser. Queria tanto...tinha tão pouco. Afinal...queria tão pouco...do pouco que para muitos nada seria!
Superara-se a si próprio em ilusões: recordar o passado, uma casa cheia de filhos e vida e risos e trabalho.
Via-se agora só, sem rumo nem razão de viver. Os seus passos pesavam no chão...ou seriam os anos?

Tinha o “farrusco”, rafeiro velho agora, companheiro de há muito, esse sim, fiel. Também ele triste como se dos animais chegasse algum entendimento...também ele ao lado do dono sentia a solidão. Pior seria se não tivesse o dono....Mas ele estava ali, dava-lhe das suas poucas sopas de pão molhado num pingo de leite e ambos dormiam nessa velha casa sem janelas que convidava o vento frio e húmido a entrar no quarto e nos ossos. Mas onde iria ele sem o seu dono? E o seu dono...que faria sem ele? Sentia que lhe era preciso... Por isso também persistia em o acompanhar a todo o lado....sem perceber, no entanto, aquelas marchas....e aquela gritaria - “Amanhã anda a roda; é a Sorte Grande!”...Mas a sorte não era grande...nem para António nem para o farrusco!

Um dia, como em outros dias, tão sempre iguais... o despertador tocou. Farrusco sabia que aquele som significava porem-se a caminho. Mas António não se ergueu! Farrusco espreguiçou-se, bocejou longamente...virou os olhos baços e lânguidos para o dono e não compreendeu. António continuava a dormir. Aninhou-se e esperou. Mas a espera desespera até um pobre cão! Deitou as patas dianteiras à cama e cheirou o dono. Mas António permaneceu imóvel debaixo do fino cobertor de cor cinza. Farrusco não compreendia!...mas não precisava compreender: ganiu e deitou-se aos pés da cama como fazia à noite quando era para dormir. António não mais acordou....e “farrusco” foi encontrado morto, ali mesmo, aos pés da cama,... morto pela fome e pela solidão.

domingo, maio 08, 2005

A LETRA

luzeceu
(foto de BlueShell)

Para acompanhar a música e reflectir...cá vai a letra!

BOM DOMINGO!

Spend all your time waiting for that second chance
For the break that will make it OK
There's always some reason to feel not good enough
And it's hard at the end of the day
I need some distraction or a beautiful release
Memories seep from my veins
Let me be empty and weightless and maybe
I'll find some peace tonight


In the arms of the Angel far away from here
From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage of your silent revelrie
You're in the arms of the Angel; may you find some comfort here.

So tired of the straight line, and everywhere you turn
There's vultures and thieves at your back
The storm keeps on twisting, you keep on building the lies
That you make up for all that you lack
It don't make no difference, escaping one last time
It's easier to believe
In this sweet madness, oh this glorious sadness
That brings me to my knees

In the arms of the Angel far away from here
From this dark, cold hotel room, and the endlessness that you fear
You are pulled from the wreckage of your silent revelrie
In the arms of the Angel; may you find some comfort here
You're in the arms of the Angel; may you find some comfort here

sexta-feira, maio 06, 2005

TALVEZ....

evol1
(foto de BlueShell)
...
evol2
(foto de BlueShell)
...
evol3
(foto de BlueShell)
...
evol4
(foto de BlueShell)
..
E floria, de dia para dia...feliz, feita de cores e odores sedutores...
Para ser admirada, tocada e acariciada pelas ternas e cuidadosas mãos de uma criança!

Talvez no mundo ainda possa haver um pouco de esperança...
Talvez...

quarta-feira, maio 04, 2005

Estou assim...

cant
(foto de BlueShell)

Não estou alegre nem triste…
Estou assim…como quem não sabe
De si…
Se perdeu algures no Tempo,
Se esqueceu de onde vinha,
Ou qual era seu propósito…
Estou assim…como
Poema sem rima,
Ou aguarela sem cor…
Estou perdida em mim
Porque perdi meu amor…

segunda-feira, maio 02, 2005

Não havia lugar para mim no teu mundo...

pequenez
(foto de BlueShell)

Vesti-me das páginas desse livro
Que ousei abrir. Encontrei
Poemas escritos com a
Linha da vida...que era a tua
Não a minha...
Nelas não havia lugar
Para mim...para me dar,
Para te ser algo...enfim!

Despi-me dessas páginas
Uma a uma...
E em minha nudez
Percebi, então,
Minha pequenez:
O Nada que sou,
O pouco que fui
E que o Tempo apagou!

Das páginas desse livro
Que ousei abrir...
E julguei possuir
Não resta senão a memória
Da efémera ilusão
De um amor sem história...
Nem Glória!

denoite
(foto de BlueShell)