A hera precisava ser cortada senão subiria para o muro do vizinho...
Deitei mãos à obra, transpirei...
A tesoura da poda ia cortando e a minha mão direita, mais habituada a canetas e lápis, já estava acusando o sinal de cansaço. Tarefa concluída, finalmente!
Para ver melhor como ficara recuei dois ou três passos...e senti meus calcanhares afundarem ao mesmo tempo que imensas e desagradáveis picadelas e arranhadelas me massacravam as pernas (de cima, abaixo)...e quanto mais eu me debatia para não cair...mais sentia as pernas todas serem rasgadas e penetradas pelos aguçados espinhos...d’um raio de um cacto que tenho no centro do jardim...
Esquecera o cacto e recuara precisamente para cima dele. Não conseguindo equilibrar-me...caí, em cima do traseiro e do braço esquerdo mas numa zona de grama (valha-me isso)...ainda bem que existe grama.
Rapidamente me levantei: olhei para as pernas...arranhões imensos deitavam sangue, muito mesmo...
Tratei de imediato de tomar duche e ao esfregar energicamente com a esponja certificar-me que nenhum espinho tinha ficado cravado na pele.
Depois fiz o curativo...e estou a arder...de tanto álcool que coloquei...
Agora vim desabafar!
[Não, não chorei...]
Na foto: aquela é a hera...e do lado direito vê-se um pouco do dito e assanhado cacto...