terça-feira, agosto 30, 2011

Todavia...



flo

(foto de BlueShell)

Nesse tempo havia
a suprema certeza de tudo!
[Todavia, flores eram flores…]
E os amores …sonhados…de príncipes alados,
Povoavam meus dias!
[Todavia, flores eram flores…]


Cresci sem saber…ninguém me avisou….
O tempo passou na roda do rio…
[Moinho que esmaga sonhos e trigo]
… E levou de nós a essência consigo!

sexta-feira, agosto 26, 2011

Da minha vontade...


barragem

(foto de BlueShell)

Terra, água…fonte de vida…escassa, quase perdida…
E ao fundo o céu por desvendar, parece um mar
No horizonte; e na minha vontade tudo na terra teria tons
De Verde, salpicado do branco do mal-me-quer ou do encarnado
Da papoila. E teria árvores frondosas onde pardais poderiam poisar!

sexta-feira, agosto 19, 2011

Memórias que alimentam a Vida.


adro

(foto de BlueShell)



Da infância feliz restam o cheiro dos cedros, o cantar dos pássaros, o céu azul, a capela em cujo adro tantas vezes brincou com seus irmãos…e as recordações de tudo isso.

Nesse tempo havia inocência suficiente para acreditar que o Tempo era todo nosso; que todos estariam vivos um dia. Que depois de cada inverno viria sempre uma primavera…

Nesse tempo ajudava o seu pai em algumas tarefas agrícolas. Ele era por as couves nos regos, chegar-lhe cântaros ao atomizador para “curar” as videiras, regar o feijão-verde, daquele de subir, e que ela por força do imaginar cria ser uma imensa floresta labiríntica…era a sementeira das batatas e, a meio da manhã, a “bucha ao pessoal”! Ainda hoje lhe estão a saber bem aquelas batatas cozidas com a pele e acompanhadas com bacalhau.….
Recorda-se de, já pela tardinha, em pleno verão, andar a apanhar cebolas com a Ti’Anunciação.

Mas também brincava: um dia ela e o seu irmão estavam a competir para ver quem fazia em menor tempo, de bicicleta, uma recta da estrada entre Aldeia Nova e sua casa. Ela via o seu irmão lá ao fundo, já na curva. Pegou na bicicleta e começou a pedalar com quanta energia tinha. Tudo parecia estar a encaminhar-se para a vitória. Mas a certo momento, a estrada de macadame, fez com que o guiador lhe saísse das mãos e, descontrolada, a roda da frente rodou sobre si mesma projectando-a a alguns 5 metros à frente. Atordoada e com dores viu, pelo canto do olho, o irmão correr para si. A custo levantou-se e não deu “parte fraca”! Sei que nessa noite o pai tinha planeado levá-los ao Circo, a Mangualde, e não obstante as dores e o mercurocromo…lá foram como se o dia não tivesse tido ainda emoções suficientes.

terça-feira, agosto 09, 2011

hummmm...não me apanhas...




bis

(Foto de BlueShell)

-“Eu vou entrar!”
- “Ai não vais, não”…
- “Porquê?”
- “Porque tens o teu canil, a tua casota, o teu tapete, é lá que deves estar.”
- “Mas eu quero entrar no canil da dona e do dono!”.
- “Não, já disse”!
- “Mas eu sou um cão bonito, a dona está sempre a dizer isso e eu finjo que não ouço, mas eu sei que sou um cão deveras bonito”!
- “Ah, …podes ser bonito, mas és teimoso, desobediente, fixado em gatos, comes as plantas da dona, fazes buracos no jardim e largas pêlos por todo o lado, portanto esquece: não entras!”
– “Oh, Vá lá…olha como os meus olhos ficaram tristinhos…”
- “ Já conheço o “choradinho”, fazer “beicinho” já não pega. Não entras, e ponto final.”
- “Pronto, então vou para o meu canil.”
Dá meia volta “abocanha” o tapete da entrada e leva-o consigo. O triste tapete vê-se, de súbito sacudido, amarfanhado e grita:
- “Larga-me cão estúpido, deixa-me no meu lugar…ai que me abanas a estrutura, não me leves para o canil…estás a encher-me de saliva, pára com isso.”
Aos gritos do tapete juntam-se os gritos da dona:
- “Larga, larga o tapete da dona, pára com isso…vem cá, vem à dona….” (mas não vem, ignora.)
Neste ponto larga o tapete e corre intempestivamente em direcção ao muro onde, divertido, o gato da vizinha assiste à cena.
- “Pronto, já apanhei o tapete (ui…está quase desfeito..). Aiiii…não, o gato não, porra…não, não…deixa o gato, vem aqui! Já! Tudo menos o gato…”
- “E então? …agora já posso entrar no canil da dona e do dono?”
(um dia destes tenho de o “capar”: não há quem aguente as suas investidas malucas, a sua capacidade de manipular todos com aqueles olhinhos – um azul, outro esverdeado).


terça-feira, agosto 02, 2011

as férias...

Sim, nem posso crer...férias.
Depois de um ano de trabalho, um ano de sustos, um ano a caminhar para o IPO de Coimbra...
Finalmente as coisas parece estarem a compor-se.

o MEDO é ainda uma constante...porém a Fé me orienta. Não, não tenho porque esconder: sou uma muher de Fé e cada vez acredito mais que há um ser Superior que olha por nós...apesar de tudo o que acontece.

E cada novo dia é um dia para agradecer estarmos vivos: seja um dia de sol, de chuva, de neve, de calor, ou frio intenso...o importante é estarmos perto dos que amamos e quase perdemos. O importante é vermos mais um amanhecer...e darmos Graças Por Isso!

Sofri algumas desilusões: houve quem rejubilasse com a notícia da doença do meu marido. (vós sabeis que eu sei, não é?); houve quem não desistisse de nos querer magoar...mesmo quando a dor era já tanta. Eu não o esquecerei.
Mas também houve bons amigos que sempre nos deram conforto e apoio. Também não o esquecerei.
A esses o meu "muito Obrigada".

Houve uma pessoa que um dia me disse mais ou menos isto: "se caminhares pelo areal e, olhando para trás, vires apenas um par de pegadas...não julgues que estás só: é Deus que te leva ao colo e as pegadas , na areia, são dele."

Sei disso, agora.

E houve ainda alguém que disse: " Não faças da tua vida um rascunho: quem sabe não terás tempo de a passar a limpo"!

Com a ajuda de Deus tenciono Viver enquanto me for permitido. Ajudar, estar presente junto de quem precisa...e quem me conhece sabe...que poderá contar com uma dose de bom humor...apesar de tudo.

Deixo um abraço a todos quantos aqui passarem e me lerem.

BlueShell...a concha!