terça-feira, junho 16, 2009

Amar-me-ias de novo?

ermo1.

(foto de BlueShell)


Perdi-me em pedaços de um velho livro, histórias de encantar…
Páginas gastas pelo Tempo…
Perdi-me entre ruas e becos de um lugar
Onde não tinham nome as ruas….
Lento o grito …não se ouviu…
E as mãos que me tocaram…não eram as tuas…


Perdi-me em tintas de uma aguarela por pintar,
Sinos de Igrejas…sem Divindade…
Perdi-me no fogo do desejo, e tu, onde quer que estejas,…
Sabe que te amei, te fui mais do que querias que eu fosse...
E, de verdade...Fui mais que mulher…
Fui essa rua sem nome, esse livro sem idade…
Fui Tua…em fúria, em chama de puro prazer…


Serei tua…sem o ser…e terei em mim um pouco do teu ser…
Serei mulher, muito mulher, enquanto vida em mim houver!

ermo2.

(foto de BlueShell)



Amar-me-ias de novo?



12 comentários:

Hachiko disse...

"Serei tua…sem o ser…e terei em mim um pouco do teu ser…"

hummmmmmm


Já escrevi uma coisa mt parecida com isto "E as mãos que me tocaram…não eram as tuas…"

Diogo disse...

Muito bem Escrito! Gosto da musica dos Queen q toca ao se entrar aqui no teu espaçinho :)

Eli disse...

uouuu

Isto é forte!

:)

Micas disse...

Intenso...
A fotografia complementa na perfeição. Magnífico.

Beijinho

Papoila disse...

Belas fotos para um poema profundo, intenso, muito bem escrito.
Beijos

mixtu disse...

não...
por falta de tempo...
não vou deixar o jogo de cartas... os copos... para te amar...

abrazo serrano

MeiaLua disse...

Olá amiga!!
Será que ainda te lembras de mim?
;o)

Intensas estas palavras com que nos brindaste! Sempre tu... :)

Vim dizer que estou de volta :)
(conforme o tempo me for permitindo...)mas a pedido de várias famílias ou seja vocês :) e como também já tinha saudades... cá estou eu! :)
Beijokas*

Anónimo disse...

Voltei a ler belíssimos versos.
Como me senti bem relendo-os!
Beijo.
isa.

entremares disse...

A Liberdade da Escolha...
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O pequeno periquito inclinou a cabeça para o lado, naquele jeito tão particular que as aves têm, quando querem focar toda a atenção num único local.
- O que estás tu a ver, com tanta atenção? – quis saber o amigo esverdeado.
- Estou a olhar para a porta... – respondeu o periquito azul. Já reparaste nela?
O periquito esverdeado olhou na direcção indicada, mas não encontrou nada que lhe retivesse a atenção.
- ... Não vejo nada de especial... aliás, só mesmo tu é que andas sempre a ver se descobres coisas novas... não sei como nunca te cansas...
O periquito azul inclinou ainda mais o pescoço.
- Sou curioso, é só... – justificou-se – e também não percebo porque motivo tu és tão desinteressado... nunca tens perguntas? Nunca ficas curioso?
O periquito esverdeado esboçou um movimento com o bico, vagamente semelhante a um sorriso.
- Eu? Curioso? Para quê?... Por acaso algum dia me faltou o almoço ou o jantar? Nunca. Alguma vez fiquei sem as minhas deliciosas folhas de alface? Nunca. Porque haveria de ficar curioso?
- Podias querer saber o que existe lá fora...
O periquito esverdeado agitou-se, incomodado com a observação.
- Lá fora ? ... Isso do “ Lá fora “ não existe... só tu mesmo é que passas os dias a falar desse “ Lá fora “...
- Claro que existe... só não tenho é provas...
- Claro que não tens provas. Isso do “ Lá fora “ é conversa fiada... Lá fora, é onde vivem os humanos e ponto final. Eles vivem lá fora... e nós vivemos cá dentro.
E, com a asa esverdeada, fez um gesto teatral, apontando para a grade branca da gaiola.
- Mas eu ... eu tenho que experimentar... – murmurou o periquito azulado – eu quero saber, eu preciso mesmo de saber..
O periquito esverdeado abanou a cabeça, em tom reprovador.
- Não sejas tonto... aqui tens tudo o que precisas... comida da melhor qualidade.... uma casota de madeira onde te abrigas do frio e da chuva... uma gaiola limpa todos os dias... e um dia destes, até nos trazem umas moças bonitas, para nos alegrar os dias... que mais queres tu ? Nem te pedem nada em troca...
- Claro que pedem.
- Ora... isso nem é pedir... só querem que cantes assim de vez em quando, para os deixares felizes... e que consigas ser pai de muitas crias... muitas e muitas... isso é só o que eles querem... não me parece demasiado...
O periquito azulado não estava convencido.
- Mas sinto-me preso, aqui...
Ao mesmo tempo que dizia isto, abriu as asas e voou até junto da porta entreaberta da gaiola.
- O que vais tu fazer ? Não sejas louco... – gritou-lhe o periquito esverdeado.
O periquito azulado não lhe prestou atenção. Com um gesto fácil do bico, empurrou a grade branca para cima e passou o corpo esguio para o lado exterior da gaiola.
Do lado de fora, contemplou o colega de cativeiro, que tremia sobre poleiro de madeira.
- Volta,... por favor, volta... vou ficar aqui sózinho... – lamentava-se ele.
- Não posso... preciso de descobrir... o que existe aqui.
- Mas esse mundo é perigoso... de certeza que é muito perigoso...
O periquito azulado ensaiou um pequeno voo em redor da gaiola.
Por um breve instante, o sabor inebriante da liberdade atravessou-lhe as penas coloridas, como um arrepio de frio intenso.
Mas era um frio especial, um frio saboroso, uma lufada de ar mais fresco, mais... nem encontrava palavras para expressar o que estava a sentir naquele preciso momento.
- Se tu pudesses sentir o que eu estou agora a sentir... perceberias – gritou ele, continuando a voar em redor da gaiola.
O periquito esverdeado não percebia.
- Volta, por favor... – gritou de novo
O periquito azulado já não o ouvia. Com um leve bater de asas, ganhou altura, ultrapassou a janela aberta e desapareceu por entre a vegetação do jardim, chilreando freneticamente.
O relógio tocara a sua hora da liberdade...

São disse...

Foi bom ter vindo até aqui...

Até sempre.

Fornense disse...

"enquanto vida em mim houver!"
andaremos por ca a ler estas coisas bonitas.
está muito bonito parabens.
beijo

Lmatta disse...

Lindas fotos
beijos