"Carlos da Maia prevenia−o de que em qualquer parte que o encontrasse, daí por diante, fosse uma rua, fosse um teatro, lhe escarraria na face...
– Escarrar−me ! – berrou o outro, lívido, recuando, como se o escarro já viesse no ar."
Os Maias , capítulo XV
Vem este excerto de “Os Maias “ de Eça de Queirós a propósito de um pensamento que já há uns dias me atormenta: a vontade incontrolável e quase compulsiva de escarrar em um certo indivíduo.
Depois, dei por mim a pensar na pedagogia do escarro:
O escarro privado +pode dar alguma satisfação…mas nada que se assemelhe à satisfação de um escarro atirado em público já que nessa situação o “escarrado” vê-se no vexame de ter de limpar o escarro esverdeado e pútrido da zona da boca, nariz e olhos…na presença de estranhos e conhecidos que, uma vez executado o acto, lhe já não podem valer. A seguir…a “barra dos tribunais”, claro…mas isso não tira ao escarrado a vergonha, a humilhação e a náusea de ter sido alvo fácil de uma simples mas eficiente “escarradela.”
Daí que o escarro devidamente aplicado tem esta vertente pedagógica: deve ser evitado e para isso não se deve “cotucar a onça com vara curta”, nem lançar “ bocas indirectas” como quem quer assustar alguém… Brrr…tremo de terror... Eis: pardieiros há muitos: aconselho a que vos refugieis em um deles….como vos convém.
…e eu continuo a dizer que se entendo que “fulano é uma besta” tenho o direito à minha opinião e sou livre de a tornar pública no Meu BLOG!
10 comentários:
se é besta... tem que ser denunciado :)
abrazo serrano desde a serra
Bom dia
Agradeço a visita e como não podia deixar de acontecer vim visitar este espaço. Como não posso já fazer grandes corridas vou lendo e comentando o que me parece mais significativo.
Fez um texto bonito sem atingir directamente ninguém.
O português no seu melhor vernáculo
- escarro -
Só esta palavra em si, já causa nojo e bastante repulsa.
Por muito que se odeie alguém nunca se deveria fazer isto em caso algum
Hoje ainda encontramos algumas pessoas que fazem isto na rua sem respeito nem pudor pelos outros. Parece-me falta grave.
Formar bons cidadãos é tarefa de todos nós mais velhos e não nos deixarmos embarcar em linguagem e atitudes menos nobres.
Desculpa o texto mas o tema dá para muito mais do que o que aqui foi abordado.
Se não levas a mal vou seguir-te.
Seus textos e poemas continuam maravilhosos e suas imagens belíssimas.
As pessoas só dão o que tem.
E só refletem o que possuem
em seu interior...
Um abraço.
O texto realmente está muito bem escrito e fiquei aqui a pensar que há pessoas que só mesmo um escarro as cala (embora eu fosse incapaz de o fazer). Contudo há outras que por si só já são um repulsivo e nojento escarro e que por isso não são dignas de levar com a nossa preciosa saliva e afins. :)
Adorei o blog e os textos estão mesmo muito bons! Vou-te seguir!
beijinhos
Já agora obrigada pela visita ao meu blog! :)
Blue,
Todos temos direito à opinião e a expressar se for o caso.
Bom fim de semana amiga
Bj
Nadir
hum...
pedras doíem mais.
a reler
abrazo serrano
Fiquei enjoada....
Um sapato mandado à cara talvez seja mais fácil porque não precisas de estar tão perto do individuo...
Mas quem será que desprezas desta maneira ????????????
:-)
Beijinhos
Verdinha
un abrazo ... en viagem...
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